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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Provar Vinhos

A Prova de vinhos, é uma arte que mistura experiência, conhecimentos técnicos, e a exploração dos sentidos, da visão, olfacto, gosto, tacto.
Uma prova não se quer complexa, quer-se simples e objectiva, em que a descrição do vinho deverá ser homogénea, correspondendo ao que de facto existe no vinho.
É a arte da degustação, que se pode também chamar exame organoléptico ou prova sensorial.
A degustação é o acto de provar o vinho, ficando assim a conhecê-lo, para se poder apreciar.
O mais difícil do acto da prova é a descrição das sensações, para que isso não seja um problema tem que se treinar e estudar. O provador deve ser capaz de exprimir as sensações e formular uma opinião após a prova.

O vinho sendo feito para ser consumido e apreciado, é logicamente à degustação que cabe o papel mais importante na apreciação da sua qualidade. A analise química de um vinho por si só não é suficiente, mesmo que detalhada, pode esclarecer e apoiar a degustação mas não a substitui.

No acto da degustação entram os sentidos, o primeiro deles é a visão, ela mostra-nos o aspecto do vinho, o seu estado de limpidez, a cor do vinho. Esta cor do vinho poderá desde logo dar-nos indicações importantes, como oxidações, a idade do vinho, etc. A vista desempenha um papel importante na preparação da degustação. O segundo sentido é o cheiro, é essencial cheirar-se o vinho antes de o levar à boca. O aroma, ou "bouquet" do vinho é uma componente de avaliação do vinho que representa uma importância elevada, pode nos indicar logo a casta ou castas que compõem o vinho, pode nos indicar se o vinho se encontra próprio para consumo, se o vinho é velho ou novo, etc. O gosto é o sentido do acto de degustar um vinho, quando este entra na boca, é a confirmação dos sentidos anteriores e a constatação do vinho no seu todo. O contacto do vinho na boca, resulta nas sensações da temperatura, da consistência, da viscosidade, da suavidade e do volume. Certos gostos são talvez mais sensações tácteis de reacção das mucosas; assim o calor do álcool, a sua causticidade, devidas à sua lipossubilidade e ao seu efeito desidratante, e a adstringência do tanino que torna áspera a mucosa lingual e provoca a coagulação da saliva.
O provador depois de adquirir os conhecimentos básicos necessários acaba por se qualificar como tal à força de muito provar.

Vista: o órgão utilizado são os olhos, as caracteristicas encontradas são, cor, limpidez, fluidez, efervescencia, o aspecto;

Olfacto: o órgão utilizado é o nariz, as caracteristicas encontradas são os aromas do vinho;

Gosto: órgãos utilizados são a boca e o nariz, pela via retro-nasal detecta-se o aroma de boca, pelo paladar as sensações gustativas o sabor ou gosto propriamente dito, na sensibilidade química a adstringência, a causticidade, borbulhas, no tacto a consistência e a temperatura.


No fundo o vinho prefeito é aquele que para o provador resulta na combinação de tudo isto de uma forma harmoniosa, que se adapta na perfeição à experiência do critico. Um vinho só pode ser degustado num ambiente propicio à prova com as pessoas certas. Um vinho que sem comer pode parecer desinteressante, se acompanhar um prato de comida poderá se tornar uma experiência inesquecivel.
Uma garrafa de vinho é um ser vivo, e como tal deve ser tratada com respeito. Alem de representar o suor e dedicação das pessoas que o fizeram, representa a cultura e tradição da zona de onde provem. Abrir uma garrafa de vinho é um acto cultural que deve ser apreciado com o ambiente apropriado, rodeado pelas pessoas certas e com a comida correcta, só assim o acto de beber vinho se torna perfeito.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Brasil

Desloquei-me ao Brasil, em representação da Adega Coop. Borba, para acompanhar a nossa importadora que tem exclusividade nas marcas da gama Montes Claros e Colina do Sol.
Estive em Fortaleza de 4 a 8 de Dezembro e em Salvador da Bahia de 8 a 12 de Dezembro.



Em Fortaleza decorreu um Festival de Vinhos de 3 dias, onde se comeu boa comida e se bebeu bom vinho, com diversas actividades culturais e de entretenimento como um curso para sommeliers, dado pelo Artur Azevedo da ABS de São Paulo, Provas de vinhos Chilenos e Argentinos, Conferencias. Poderá consultar o site do festival em: http://www.festivaldevinhos.com.br/.

A temperaturas que rondam os 27ºC, o festival decorreu de forma alegre, bastante concorrida, com dois vinhos em destaque nas mesas dos festivaleiros, Montes Claros Reserva 2004 Tinto, Colina do Sol Tinto. A diversão foi um factor chave, que se prolongou noite dentro nos três dias de festival, onde se pôde confraternizar com o actor de novelas Brasileiro, Murilo Rosa. Um festival que mais cedo ou mais tarde será um foco de extrema importância e de visita obrigatória para enófilos, técnicos, sommelliers, distribuidores, simpatizantes dos vinhos de qualidade.

De salientar o evento no restaurante Marcel onde decorreu uma prova de vinhos da Adega Coop. Borba, com os vinhos Montes Claros Reserva Branco 2007, Montes Claros Reserva Tinto 2004, e ainda se complementou a sobremesa com Espumante da Ervideira.


Já em Salvador, cidade maravilhosa de vida nocturna e grandes praias, onde a marina é um local de confraternização e animação. Realizou-se um jantar de prova dos vinhos da Adega Coop. Borba, no Restaurante Oui, em que os vinhos em prova foram reis de uma degustação bastante concorrida, cerca de 70 pessoas, que expressavam bem a nata de toda a sociedade Baiana.

Achei o Brasil, com muita vontade de aprender e saber mais sobre os vinhos Portugueses, têm uma preferência por vinhos tintos, não sabem apreciar o bom vinho branco. O mercado esta a ser monopolizado pelos vinhos Chilenos e Argentinos, pela grande facilidade de inserção no mercado através dos benefícios que advém da mercosul.

Para o futuro, terá que se lutar por melhores condições e maior facilidade de inserção dos vinhos Portugueses, no Brasil. Pois partimos com a vantagem cultural que une os Portugueses e Brasileiros, mas com grandes desvantagens fiscais e comerciais.
O Brasileiro é conhecedor e sabe apreciar bons vinhos. Não merecem estar tão limitados ao nível de novas experiências vitícolas e enológicas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Os Porta-enxertos mais utilizados no Alentejo

Muitas das vezes quando decidimos que queremos plantar uma vinha, ou reestruturar uma existente, esquecemos-nos de estudar e pesquisar os factores que irão marcar a vinha durante toda a sua vida útil, afectando a qualidade das uvas e consequentemente o vinho que estas produzem. Existem factores que só se tem uma oportunidade de escolha, devido ao facto de não ser sustentável correcções após instalação da vinha. São eles a escolha do local, de instalação com o estudo dos solos e do clima, mais concretamente o mesoclima, a escolha das castas e dos clones a instalar, e claro a escolha dos porta-enxertos, estes serão determinantes para toda a vida da planta. Para isso devemos escolher o porta-enxerto para a nossa vinha consoante o objectivo de produção que pretendemos e os factores ambientais.

Critérios a ter em conta na escolha do porta-enxerto:


1º Critério – Resistência à filoxera.
Escolher porta-enxertos com uma resistência duvidosa à filoxera, é à partida uma má escolha. Excepções á regra são os casos em que estes se destinam a solos arenosos em que a percentagem de matéria orgânica e argila não ultrapasse os 5%.
Nestes solos a videira não é afectada pela filoxera sendo preferível pensar em porta-enxertos resistentes a nemátodos como é o caso dos Freedom, Ramsey, Dog Ridge etc…. O conteúdo em argila não deve no entanto ultrapassar os 3%, caso isso aconteça, enxertia em porta-enxertos resistentes à filoxera já se torna obrigatória

2º Critério – Vigor induzido
Para obter a melhor qualidade do fruto, deve evitar-se um excesso de vigor. Os melhores vinhos do mundo são produzidos em vinhas com vigor moderado a baixo. É muito importante considerar na escolha do porta-enxerto as condições edafo-climáticas do local de forma a controlar o vigor induzido. Não utilizar porta-enxertos vigorosos em solos férteis, estes podem ser de grande interesse nos solos pobres em condições de ausência de rega.
Sistemas de condução em compassos largos e porte elevado, exigem porta-enxertos mais vigorosos do que sistemas baixos e compassos apertados.

3º Critério – Resistência a nemátodos
Quando se fala em resistência a nemátodos, deve compreender-se que esta não é universal, depende da espécie de nemátodo. A informação que aqui se apresenta refere-se aos nemátodos do tipo Meloidogyne spp e

Xiphinema index, os mais importantes nas principais regiões vitícolas. O nemátodo Criconemella spp, ou nemátodo dos anéis, começa agora a aparecer com alguma frequência mas ainda não existem estudos sobre a resistência a esta espécie.

4º - Outros aspectos
Outros atributos dos porta-enxertos como a resistência à seca ou ao excesso de água, a tolerância a calcário, activo ou total, a baixo pH, a salinidade etc…, são outros factores que devem ser ponderados na escolha do porta-enxerto para uma condição edafo-climática particular.

Em baixo faço uma breve descrição de alguns dos porta-enxertos mais utilizados no Alentejo.

Rupestris du Lot
É o porta-enxerto tradicionalmente mais generalizado na Região Demarcada do Douro, dada a sua grande capacidade de adaptação a solos secos e pedregosos. Devido sobretudo à baixa produtividade que induz e também à sua característica de emitir rebentações múltiplas pela zona subjacente à enxertia, tem vindo a ser substituído em novas plantações por outros porta-enxertos, mais produtivos. É muito vigoroso, apropriado a solos de baixa fertilidade e pedregosos, induz baixa produtividade, tem razoável resistência à secura, adapta-se mal a níveis de potássio baixo no solo, tolera melhor deficiência em magnésio. Não é aconselhável para solos calcários.

99 Richter (R99)
Tem sido bastante utilizado nas novas plantações e começa a ser muito vulgar nas vinhas em Portugal. É um porta-enxerto muito vigoroso, adaptado a solos secos e de baixa fertilidade, sendo contudo de evitar situações de reacção ácida ou muito asfixiantes. Induz a alta produtividade, o que em algumas castas poderá levar a baixar a qualidade do mosto. Boa resistência à secura e sensibilidade à humidade do solo. É muito sensível a deficiência em potássio no solo, é desaconselhável em solos salinos, resistindo até 17% de calcário activo. Tem boa resistência aos nematodes galícolas.

110 Richter (R110)
Bastante difundido por todo o país, está particularmente bem adaptado a regiões quentes e secas, a solos pedregosos e de baixa fertilidade. Muito vigoroso, bem adaptado a solos pobres, secos e pedregosos. Imprime produtividade elevada, sendo de evitar em solos férteis e húmidos, onde pode provocar atrasos de maturação ou desavinho em castas mais sensíveis. Adapta-se bem em solos com teores relativamente baixos de quer potássio, quer magnésio. É moderadamente susceptível a nematodes galícolas. Não tolera solos salinos e resiste a teores de calcário activo de 17%. Revela alguma falta de afinidade com o clone 101 da casta Syrah, que se manifesta nomeadamente por clorose foliar (Magalhães, 2008).

140 Ruggeri (140 RU)
É um porta-enxerto que tem dado melhores resultados em zonas quentes e secas e em solos calcários. Em Portugal é bastante utilizado nos solos argilo-calcários ou com teores relativamente altos de calcário activo no Alentejo e Algarve. Quando se prevê no Alentejo problemas de clorose férrea é o porta-enxerto mais difundido já que a sua resistência ao calcário activo, associado à secura, é bastante elevada. Bastante vigoroso, desaconselhável em solos húmidos e férteis, induz uma produtividade relativamente elevada, elevada resistência à secura e ao calcário activo (até 40%). Tolera relativamente mal solos de reacção ácida e é muito susceptível aos nematodes.

1103 Paulsen (1103P)
É um porta-enxerto obtido e seleccionado em função da sua boa adaptação a climas quentes e secos, e a solos de baixa fertilidade, revelando, alem disso uma certa tolerância à reacção ácida dos solos. Muito vigoroso, imprimindo tendência à rebentação múltipla nas castas em que é enxertado. Induz produtividade média/alta. Muito resistente à secura e medianamente tolerante à humidade no solo. Muito sensível a deficiências em potássio e tolerante a deficiências em magnésio. É particularmente sensível a deficiências em boro quer em solos de reacção ácida ou alcalina, pelo que é de usar com reserva na casta Aragonez, também sensível a deficiências deste microelemento. Adapta-se a solos com teores em calcário activo de 17% e também a solos salinos com teor em cloreto de sódio até 1‰. Mesmo em solos de baixa fertilidade, proporciona uma boa percentagem de enxertia de campo, ao fim do primeiro ano.

41 B Millardet de Grasset (41B)
Muito utilizado em solos calcários, tem expressão reduzida em Portugal, já que os teores em calcário activo das suas regiões vitícolas são compatíveis com outros porta-enxertos, como o 140 Ru, para zonas mais secas. A sua resistência à filoxera poderá não ser total, pois é um híbrido entre Vitis vinífera e Vitis berlandieri. É um porta-enxerto que imprime vigor e produtividade médios. É o porta-enxerto com maior capacidade de adaptação a solos calcários, até 40% de calcário activo ou IPC=60. É medianamente resistente à secura e sensível à humidade, cloreto de sódio e nematodes.
(Magalhães, 2008)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Evento em New York


No dia 29 de Outubro, ocorreu em New York, mais um evento de divulgação dos vinhos da Adega Cooperativa de Borba, passou-se em Manhatan na 12th litle west street, num restaurante e bar chamado "STK". Numa zona onde a moda e a cultura se interligam, e numa zona em que a diversão nocturna suplanta todas as expectativas, o evento foi um sucesso.

Mais uma vez a comida escolhida interligou-se na perfeição com os vinhos, em que estes demonstram uma capacidade marcada de combinação com uma panóplia de sabores reforçando as suas próprias caracteristicas organolépticas. O Chefe Todd fez uma apresentação dos pratos e como pensou em elabora-los por forma a combinarem na perfeição com os vinhos em prova.


Numa organização muito bem conseguida a satisfação era visível nos diversos membros influentes da imprensa de New York presentes neste evento.
Os convidados deste evento provaram 5 dos melhores vinhos da Adega Coop. Borba:
  • Adegaborba.pt Rosé 2008, provado na recepção calorosa junto à lareira num ambiente de descontracção e dialogo.

  • Adega Coop. Borba Reserva DOC "Rót. Cortiça" 2005, que demonstra a imagem da Adega, marcando por ser um vinho tipicamente Alentejano, com um "blend" de Aragonez, Trincadeira, Castelão e Alicante Bouschet, marcou a diferença por ter fruta e ser extremamente macio no palato, causando a sensação de equilíbrio fenólico e de acidez na boca.

  • Adegaborba.pt Reserva 2005, bastante apreciado aqui na América, composto por Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, demonstrou capacidade de longevidade, bastante estrutura, taninos maduros, alguma madeira sem no entanto ser excessiva, notas de baunilha, especiarias e pimentos vermelhos.

  • ACB Garrafeira 2002, um dos vinhos mais apreciados nesta noite, um vinho das planícies alentejanas, de solos xistosos, feito com uvas provenientes de vinhas velhas, estagiou em toneis de madeira exótica e barricas de carvalho americano durante 18 meses ficando em repouso 18 meses nas caves da adega. O vinho causa um primor de sensações na boca, vinho de alguma complexidade, muita fruta madura especialmente amoras pretas, ameixas e mirtilos, notas de chocolate branco e algum café, bem equilibrado, a madeira passa despercebida, no entanto notas de baunilha e tabaco são também encontradas. Um vinho com grande potencial.
  • ACB Cinquentenario 2003, num ano de vacas magras, aqui esta um vinho de excelentes caracteristicas, para ser apreciado numa altura especial, foi o vinho que mais causou curiosidade neste evento, sendo o mais referenciado como preferido nesta noite. Fugindo ao tradicional é um vinho loteado com as melhores uvas desse ano dos melhores viticultores, foi alvo de criteriosa e rigorosa selecção, com 12 meses de barrica de carvalho francês e americano e ainda 24 meses de estágio em garrafa, apresenta as castas Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet, que se combinam de uma forma perfeita neste vinho de qualidade Super Premium. Provoca sensações na boca de muita fruta, ligeira adstringência demonstrando muita estrutura, acidez marcada e taninos redondos, é um vinho que quer envelhecer e é um vinho que pede para ser decantado, especiarias, licor de ginja, pimentos verdes, algum floral que se dissipa rapidamente. Notas de baunilha, tabaco, chocolate negro, café, um final de boca persistente e nasal

Os media presentes ficaram maravilhados com a organização, com a atenção que lhes foi merecida e muito em particular com os vinhos, que demonstraram uma qualidade e caracteristicas únicas como só grandes vinhos Alentejanos lhes podem proporcionar.

Uma noite perfeita, em que tudo parecia destinado ao sucesso, os vinhos foram estrelas numa noite de lua nova.

Evento em Boston

No dia 22 de Outubro de 2009, decorreu um evento de divulgação dos vinhos da Adega Cooperativa de Borba, nos Estados Unidos, desta feita em Boston, no estado de Massachusest, num restaurante de luxo no centro nevrálgico da cidade, o Grill 23 & Bar na Berkeley Street.

A comida excelente que nos foi proporcionada pelo Chefe Jay Murray que combinou de forma soberba com os vinhos apresentados, ajudou a que a noite fosse de facto um sucesso.
Foi um evento exclusivo a convidados, essencialmente da imprensa de Massachusest, em que se degustaram durante o jantar 5 vinhos da mais antiga Adega Cooperativa do Alentejo.

Os vinhos em prova durante o jantar foram por esta ordem:
  • Adegaborba.pt Rosé 2008, que foi servido durante a recepção dos convidados.


  • Adegaborba.pt Reserva 2005, durante o prato principal.


  • Adega Coop. Borba Reserva DOC "Rót. Cortiça" 2005, durante o prato principal.


  • ACB Garrafeira 2002, para finalizar o prato principal.


  • ACB Cinquentenario 2003, que foi servido durante a sobremesa.

As apresentações dos vinhos foram se sucedendo á medida que o jantar foi decorrendo. Ficaram maravilhados e surpreendidos com os vinhos em prova. O vinho mais apreciado nesta noite pela maior parte dos convidados foi o Adegaborba .pt Reserva recebendo honrosos elogios, tendo uma relação qualidade/preço imbatível.No final do jantar, os feedback recebidos foram de satisfação e de desejo de saber mais sobre os vinhos e os processos de vinificação.

Evento Waterville Valley Resort




No dia 17 de Outubro de 2009, estive no estado de New Hampshire, nos EUA, a promover os vinhos da Adega Cooperativa de Borba.


O Waterville Valley é um local de descanso, bastante calmo, com paisagens maravilhosas e muitas actividades diurnas, como desportos de inverno, passeios ao ar livre, pesca, escalada, desportos náuticos, etc.
Num local paradisíaco, reserva natural das "White Mountains", a paisagem indicava que o potencial de um evento neste sitio poderia trazer coisas boas.
New Hampshire é um estado localizado no Norte dos EUA, que é considerado dos mais liberais de todos os estados Norte Americanos, funciona como um monopólio em termos de venda de bebidas.
A prova de vinhos decorreu num restaurante localizado na "town square" chamado "Diamond's Edge North".




Num Ambiente acolhedor ao som de musica jazz, um duo composto por piano e contrabaixo, fez-se a prova dos vinhos da Adega, os vinhos em prova eram:


Adegaborba.pt Rosé 2008
Adegaborba.pt Branco 2008
Adega Coop. Borba Reserva "Rót. de Cortiça" 2005
Adegaborba.pt Reserva 2005


O rosé neste evento revelou-se um sucesso, tendo os muitos provadores referido que gostavam da doçura, frescura e em particular das frutas vermelhas que parecem sobressair numa demonstração madura de frutos silvestres e alguns morangos.


O Branco foi também bastante apreciado, demonstrando frescura, muitos citrinos e algumas notas de frutos secos.

Seguiu-se um jantar, muito animado, com muita conversa e boa comida.

sábado, 24 de outubro de 2009

Nos Estados Unidos da América


Tenho nesta última semana estado nos EUA em trabalho. Tenho aproveitado esta estadia para conhecer a cultura vitivinícola dos americanos. Os americanos, quando vão ao restaurante, gostam de demonstrar que sabem de vinhos, nunca pedem o vinho pela marca, viram-se para o empregado e dizem, dê-me por favor um cabernet, ou um chardonnay, ou um tempranillo, ou um sirah, etc...


Tenho consciência que terá que haver uma união dos produtores de vinho em Portugal e uma operação de marketing muito forte para que os Americanos conheçam as castas portuguesas e os vinhos nacionais. Ao longo destes últimos dias tenho verificado que quando se ultrapassa a barreira dos chardonnays e dos cabernets, eles ficam surpreendidos com as tourigas, os aragonezes, as trincadeiras, os arintos, os antão vaz, etc...


São curiosos e tem sede por conhecer os vinhos nacionais, é só uma questão de tempo e algum dinheiro para que eles possam conhecer e começar a pedir um bom vinho originário de Portugal.


Existem Enotecas, e muitos restaurantes que servem vinho a copo. O acto de beber vinho faz parte da maneira de viver dos americanos.


É um mercado extremamente aliciante, pois tem um potencial astronómico. Pena o Dólar estar a descer como tem descido que infelizmente não incentiva a importação na América. Os vinhos portugueses na América são baratos e acessíveis a qualquer consumidor, são mais baratos que os próprios vinhos americanos, o que pode não ser um factor positivo, pois preços baixos podem ser associados a baixa qualidade pelos americanos, mas nada que não se resolva com ajuda dos media americanos e eventos de wine tasting na América.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ganimede - O Auto-vinificador





O Ganimede é um novo sistema de auto-vinificação, que permite maior autonomia e maior poupança de energia.










Pode ser cheio por cima ou pela válvula no fundo da cuba. Á medida que o nível do mosto sobe o espaço por baixo do diafragma permanece totalmente vazio. O ar neste espaço não sai porque o By-pass está fechado, e assim evita que o mosto preencha este espaço.


O ar no espaço por baixo do diafragma é rapidamente substituído pelo Dióxido de Carbono produzido pelo processo fermentativo.

Quando este espaço fica saturado com dióxido de carbono, o gás em excesso e sob pressão, é libertado para a superfície através do pescoço do diafragma. Estas bolhas agitam as massas constantemente, mantendo as películas molhadas e dispersas. Estas acções mistas causam o afundamento das grainhas para o fundo do fermentador.


Quando se abre a válvula do by-pass o volume de gás preso por baixo do diafragma é libertado para a câmara superior. Isto causa a inundação da câmara pelo mosto o que leva a uma homogenização extremamente eficaz. Este processo é agressivo o suficiente para partir completamente a crosta superior das massas. Uma vez que não é uma acção mecânica violenta, diminui o potencial de formação de grandes quantidades de borras.


Após a abertura da válvula do by-pass e a libertação do gás preso por baixo do diafragma, o nível do fermentador baixa drasticamente, causando uma inundação do espaço por baixo do diafragma. As massas que estão impregnadas no mosto, estão espalhadas pela superfície superior do diafragma. Em consequência o liquido desliza suavemente pelos espaços entre os bagos. O que evita a utilização de bombas mecânicas, como numa "delestage" tradicional. Grandes quantidades de grainhas podem ser retiradas apenas abrindo a válvula de escoamento inferior.



Quando o by-pass se fecha o dióxido de carbono começa-se a acumular outra vez por baixo do diafragma, produzido pela fermentação alcoólica. O nível das massas começa a aumentar outra vez, puxando as massas para cima resultando numa maior quantidade de liquido a ser libertado pelas massas, promovendo uma maior extracção.

Á medida que os gases da fermentação começam a preencher o espaço por baixo do diafragma, o nível começa a subir pelo pescoço do diafragma. Quando este espaço fica cheio de gás a válvula do by-pass pode ser aberta outra vez e todo o processo ser repetido a qualquer hora que pode ser pré-seleccionada.


Bem Vindos

Este é o meu blog pessoal. Pretende ser um blog sobre o mundo do vinho, sobre a produção de vinho, sobre os segredos da vinificação. Aqui encontrarão as experiências por mim vividas.

O Vinho é a minha vida, é ele que me põe comida na mesa. Tenho a sorte de fazer aquilo que gosto, e vou usar o blog para vos transmitir a minha paixão pela viticultura e pela enologia.

Pelo caminho, poderá ser que vos motive a seguir este modo de vida, que é o de abrir uma garrafa de vinho, e sentir o prazer de poder sentir o que de lá de dentro provem. Sabendo que é resultado de muito suor e muita dedicação. Provar o vinho é uma arte, que poderá corresponder aos melhores poemas, às melhores pinturas, às melhores sinfonias.

Saudações Vitivinicolas...