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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vinhos de Portugal


Portugal já tem uma marca umbrella para todos os vinhos portugueses. O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) acaba de lançar a ‘Wines of Portugal’/’Vinhos de Portugal’, com o objectivo de incrementar a exportação e contrariar a falta de entusiasmo pelos vinhos nacionais no mercado mundial. Numa primeira fase serão privilegiados os mercados dos Estados Unidos e Reino Unido.
A ideia é investir numa marca portuguesa forte, que possa elevar a reputação do vinho nacional nos mercados internacionais, projectando e reforçando os valores associados aos nossos vinhos, tendo como base os premium e superpremium. Esta iniciativa parte de uma necessidade sentida por vários intervenientes do sector dos vinhos, confirmada por estudos realizados no estrangeiro, que evidenciam que Portugal, enquanto país produtor de vinho de qualidade não tem uma imagem forte além fronteiras. Não é negativa mas também não suscita envolvimento. A marca Portugal vai apostar nos valores associados aos vinhos portugueses: as regiões, as castas e os "blends", símbolo do espírito inventivo dos enólogos portugueses que unem assim a tradição e os ensinamentos do passado com as técnicas modernas. (Fonte: Enovitis, 2010)

Finalmente uma acção que fará com que toda a indústria vitivinicola fique a ganhar. Peca por tardia, em relação aos países do novo mundo que já o fizeram à bastante tempo. Quando cada vez mais os produtores de vinho Portugueses combatem entre si, chegando mesmo à intriga e difamação para atingir objectivos que possam demonstrar superioridade em relação aos concorrentes directos. Poderá ser que este país mude, comece a existir união entre os produtores de vinho Portugueses, para que o vinho Português, cujo a qualidade não oferece qualquer dúvida, comece a ser falado, comentado, elogiado e apreciado além fronteiras, ombreando taco a taco com os melhores do mundo. Há que apostar, para o mercado de exportação, naquilo que faz com que o vinho Português seja de facto diferente dos restantes vinhos além fronteiras. A aposta terá que ser nos diferentes "terroirs" que este país oferece, na conjugação entre o mesoclima e os solos. Uma aposta forte nas castas nacionais, que são elas que identificam os nossos vinhos, que os diferenciam do resto do mundo. São as castas nacionais que vão fazer a diferença concorrencial com os vinhos do novo mundo, pois estas são nossas, e o novo mundo continua exaustivamente a apostar em castas francesas. Não quero com isto dizer que Portugal não deve fazer estas castas também, é exactamente o contrario, existe espaço para tudo, mas penso que a nível de "blends" entre castas nacionais e estrangeiras, ou só castas nacionais, será aí que residirá o sucesso do vinho Português, e aquilo que fará com que a crítica estrangeira e o consumidor estrangeiro , vá comprar uma garrafa de vinho Português.
O futuro está nas mãos dos Enólogos e Viticultores Portugueses, nas decisões técnicas e comerciais que tomarem doravante. Será que as empresas vitícolas Portuguesas têm capacidade e humildade para defender um interesse nacional além fronteiras, deixando-se de teorias egocêntricas e prejudiciais para um país vitícola que é o nosso?

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