Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Provar Vinhos

A Prova de vinhos, é uma arte que mistura experiência, conhecimentos técnicos, e a exploração dos sentidos, da visão, olfacto, gosto, tacto.
Uma prova não se quer complexa, quer-se simples e objectiva, em que a descrição do vinho deverá ser homogénea, correspondendo ao que de facto existe no vinho.
É a arte da degustação, que se pode também chamar exame organoléptico ou prova sensorial.
A degustação é o acto de provar o vinho, ficando assim a conhecê-lo, para se poder apreciar.
O mais difícil do acto da prova é a descrição das sensações, para que isso não seja um problema tem que se treinar e estudar. O provador deve ser capaz de exprimir as sensações e formular uma opinião após a prova.

O vinho sendo feito para ser consumido e apreciado, é logicamente à degustação que cabe o papel mais importante na apreciação da sua qualidade. A analise química de um vinho por si só não é suficiente, mesmo que detalhada, pode esclarecer e apoiar a degustação mas não a substitui.

No acto da degustação entram os sentidos, o primeiro deles é a visão, ela mostra-nos o aspecto do vinho, o seu estado de limpidez, a cor do vinho. Esta cor do vinho poderá desde logo dar-nos indicações importantes, como oxidações, a idade do vinho, etc. A vista desempenha um papel importante na preparação da degustação. O segundo sentido é o cheiro, é essencial cheirar-se o vinho antes de o levar à boca. O aroma, ou "bouquet" do vinho é uma componente de avaliação do vinho que representa uma importância elevada, pode nos indicar logo a casta ou castas que compõem o vinho, pode nos indicar se o vinho se encontra próprio para consumo, se o vinho é velho ou novo, etc. O gosto é o sentido do acto de degustar um vinho, quando este entra na boca, é a confirmação dos sentidos anteriores e a constatação do vinho no seu todo. O contacto do vinho na boca, resulta nas sensações da temperatura, da consistência, da viscosidade, da suavidade e do volume. Certos gostos são talvez mais sensações tácteis de reacção das mucosas; assim o calor do álcool, a sua causticidade, devidas à sua lipossubilidade e ao seu efeito desidratante, e a adstringência do tanino que torna áspera a mucosa lingual e provoca a coagulação da saliva.
O provador depois de adquirir os conhecimentos básicos necessários acaba por se qualificar como tal à força de muito provar.

Vista: o órgão utilizado são os olhos, as caracteristicas encontradas são, cor, limpidez, fluidez, efervescencia, o aspecto;

Olfacto: o órgão utilizado é o nariz, as caracteristicas encontradas são os aromas do vinho;

Gosto: órgãos utilizados são a boca e o nariz, pela via retro-nasal detecta-se o aroma de boca, pelo paladar as sensações gustativas o sabor ou gosto propriamente dito, na sensibilidade química a adstringência, a causticidade, borbulhas, no tacto a consistência e a temperatura.


No fundo o vinho prefeito é aquele que para o provador resulta na combinação de tudo isto de uma forma harmoniosa, que se adapta na perfeição à experiência do critico. Um vinho só pode ser degustado num ambiente propicio à prova com as pessoas certas. Um vinho que sem comer pode parecer desinteressante, se acompanhar um prato de comida poderá se tornar uma experiência inesquecivel.
Uma garrafa de vinho é um ser vivo, e como tal deve ser tratada com respeito. Alem de representar o suor e dedicação das pessoas que o fizeram, representa a cultura e tradição da zona de onde provem. Abrir uma garrafa de vinho é um acto cultural que deve ser apreciado com o ambiente apropriado, rodeado pelas pessoas certas e com a comida correcta, só assim o acto de beber vinho se torna perfeito.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Brasil

Desloquei-me ao Brasil, em representação da Adega Coop. Borba, para acompanhar a nossa importadora que tem exclusividade nas marcas da gama Montes Claros e Colina do Sol.
Estive em Fortaleza de 4 a 8 de Dezembro e em Salvador da Bahia de 8 a 12 de Dezembro.



Em Fortaleza decorreu um Festival de Vinhos de 3 dias, onde se comeu boa comida e se bebeu bom vinho, com diversas actividades culturais e de entretenimento como um curso para sommeliers, dado pelo Artur Azevedo da ABS de São Paulo, Provas de vinhos Chilenos e Argentinos, Conferencias. Poderá consultar o site do festival em: http://www.festivaldevinhos.com.br/.

A temperaturas que rondam os 27ºC, o festival decorreu de forma alegre, bastante concorrida, com dois vinhos em destaque nas mesas dos festivaleiros, Montes Claros Reserva 2004 Tinto, Colina do Sol Tinto. A diversão foi um factor chave, que se prolongou noite dentro nos três dias de festival, onde se pôde confraternizar com o actor de novelas Brasileiro, Murilo Rosa. Um festival que mais cedo ou mais tarde será um foco de extrema importância e de visita obrigatória para enófilos, técnicos, sommelliers, distribuidores, simpatizantes dos vinhos de qualidade.

De salientar o evento no restaurante Marcel onde decorreu uma prova de vinhos da Adega Coop. Borba, com os vinhos Montes Claros Reserva Branco 2007, Montes Claros Reserva Tinto 2004, e ainda se complementou a sobremesa com Espumante da Ervideira.


Já em Salvador, cidade maravilhosa de vida nocturna e grandes praias, onde a marina é um local de confraternização e animação. Realizou-se um jantar de prova dos vinhos da Adega Coop. Borba, no Restaurante Oui, em que os vinhos em prova foram reis de uma degustação bastante concorrida, cerca de 70 pessoas, que expressavam bem a nata de toda a sociedade Baiana.

Achei o Brasil, com muita vontade de aprender e saber mais sobre os vinhos Portugueses, têm uma preferência por vinhos tintos, não sabem apreciar o bom vinho branco. O mercado esta a ser monopolizado pelos vinhos Chilenos e Argentinos, pela grande facilidade de inserção no mercado através dos benefícios que advém da mercosul.

Para o futuro, terá que se lutar por melhores condições e maior facilidade de inserção dos vinhos Portugueses, no Brasil. Pois partimos com a vantagem cultural que une os Portugueses e Brasileiros, mas com grandes desvantagens fiscais e comerciais.
O Brasileiro é conhecedor e sabe apreciar bons vinhos. Não merecem estar tão limitados ao nível de novas experiências vitícolas e enológicas.