sábado, 9 de junho de 2012
Gestão do Solo na Vinha
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
A cor dos vinhos
A cor de um vinho depende de vários parâmetros tais como a composição das uvas, as técnicas de vinificação e de numerosas reacções que têm lugar durante o envelhecimento do vinho. As maiores mudanças na composição da cor ocorrem durante o primeiro ano (Sommers e Evans, 1986).
A cor permite avaliar a qualidade do vinho, pode influenciar significativamente a apreciação do aroma e do gosto do produto, com uma forte participação na apreciação global (Cristensen, 1983).
Quimicamente a cor dos vinhos é causada por compostos polifenólicos presentes nas uvas e que passam para o vinho durante o processo de vinificação (Melendez et al., 2001). Estes compostos encontram-se sobretudo nas películas e na polpa das castas tintureiras. No vinho tinto, as antocianinas são os principais pigmentos responsáveis pela sua coloração e, no vinho branco, os responsáveis são os flavonóis e as formas quinónicas dos derivados dos ácidos fenólicos e outros polifenóis.
No caso particular dos vinhos tintos, a cor varia constantemente durante a vinificação e armazenamento, com consequentes alterações organolépticas.
A cor dos vinhos tintos não depende só do teor em antocianinas mas está intimamente dependente das características físico-químicas dos pigmentos e do meio onde eles se encontram (Ribéreau-Gayon, 1973; Timberlake e Bridle, 1976).
Os compostos fenólicos, as antocianinas e os taninos em particular, são os principais constituintes dos vinhos implicados em fenómenos de oxidação, que se traduzem por alterações de cor (acastanhamento) e por uma evolução do gosto (perda ou aumento da adstringência). Ao longo do envelhecimento de um vinho tinto assiste-se a uma diminuição de antocianinas monoméricas que depende tanto das condições de armazenamento como das características iniciais do vinho (Cabrita, 2003).
Durante a fase de maturação dos vinhos tintos, desde o fim da fermentação até ao engarrafamento, a presença de oxigénio é responsável por transformações químicas dos pigmentos responsáveis pela cor, essenciais ao envelhecimento. Assiste-se a uma auto oxidação do etanol, que em presença de compostos fenólicos origina pequenas quantidades de acetaldeído, que por sua vez provoca a co-polimerização de antocianinas e taninos (Timberlake e Bridle,1976), (Ribéreau-Gayon et al., 1983).
Vitis vinifera L.
O género Vitis parece ter surgido na era Terciária, mais precisamente no período Paleocénico (Amaral, 2000). O mesmo autor indica que o fóssil mais antigo alguma vez encontrado é o de uma folha existente na Sorbonne, classificado como Vitis balbiana, com uma idade que lhe foi atribuída de 65 milhões de anos.
Muitos outros fosseis de folhas, sarmentos e grainhas das eras Terciária e Quaternária, têm sido encontrados na Europa, na América do Norte e até no Japão.
Como refere Magalhães (2008), a utilização do fruto da videira para consumo directo ou a sua transformação em vinho remontará a uns 10 mil anos, então pelos povos do Neolítico da Transcaucásia (actuais Uzbequistão, Afeganistão e Caxemira). Pela lenta migração dos povos daquela região asiática no sentido ocidental, trazendo consigo propágulos de videira, foram-na introduzindo gradualmente na Mesopotâmia, Geórgia e Palestina, Trácia, Síria, Fenícia, Grécia e Egipto.
A família das Vitáceas compreende 10 géneros de lianas tropicais, que inclui os subgéneros Muscadinia, representado por três espécies com 40 cromossomas, e Euvitis, de que se conhecem 60 espécies com 38 cromossomas (Bohm, 2007).
Segundo Blaich (2000) citado por Bohm (2007), a família das Vitáceas inclui cerca de 700 espécies, na maioria tropicais ou subtropicais, expontâneas na América, Ásia e África, mas em geral sem valor agronómico.
As espécies do género Vitis caracterizam-se por serem lianas sempre lenhosas, cujos sarmentos são providos de gavinhas (contrariamente por exemplo aos da “vinha virgem”, cuja fixação é feita por ventosas), sendo as inflorescências, tal como as gavinhas, oposifólias, com flores geralmente pentâmeras, hermafroditas ou polígamas dióicas (Magalhães, 2008).
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Poda de Inverno
A poda de inverno efectua-se durante o periodo de repouso vegetativo da planta.
Assim deve-se suprimir ou cortar parcialmente as varas, deixando determinado numero de gomos, este numero de gomos irá representar a carga.
O grande objectivo da poda terá que ser sempre a busca do equilibrio entre quantidade e qualidade.
Com a poda pretende-se, diminuir o volume de cada planta, organizando o tronco, braços e varas, e consequentemente a folhagem, no sentido da sua maior eficácia para captar a energia solar. Defenir o sistema de condução. Controlar a produção através da limitação do numero de gomos por cepa, em função do seu potencial vegetativo.
Qualquer corte na videira deve ser bem rente, liso e inclinado para facilitar o processo de caracterização. O diâmetro dos ramos cortados não deve ser muito alargado, pois a cicatrização é mais rápida quanto menor for o diâmetro do ramo cortado.
Nas varas os cortes devem executar-se com uma tesoura de poda e a um centímetro acima do gomo. Os ramos mais grossos devem ser cortados com um serrote e posteriormente alisados com uma navalha.
Poda de formação
A poda de formação serve para alterar a forma da planta, para que esta se adapte melhor ao sistema de condução e poda a que irá ser sujeita no futuro. Na poda do primeiro ano a planta fica com uma vara a dois olhos, a partir dos quais nascerão duas varas vigorosas. Se as varas não tiverem vigor suficiente, a vara deverá ser novamente podada a dois olhos.
Poda em cordão
A poda em cordão é uma das opções mais vantajosas em sistemas de condução aramados. Além disso, facilita os trabalhos culturais e tratamentos da vinha. A planta pode ser podada em cordão horizontal, ou seja, o tronco encontra-se na vertical e partir dele o braço da videira dispõe-se na horizontal. Esta poda designa-se de cordão unilateral, contudo existem algumas variações: cordão bilateral (dois braços da videira que são distribuídos em oposto) ou cordão sobrepostos (onde os braços são distribuídos em várias “camadas” sobrepostas).
Poda em taça
A poda em taça é mais comum em vinhas cultivadas em regiões muito quentes e indicado para sistemas de poda curta. Este tipo de poda é caracterizado por apresentar braços da videira divergentes e distribuídos regularmente de forma inclinada para fora, originando uma abertura no interior da planta. Para a formação da poda em taça é necessário uma nova cepa com dois sarmentos que serão podados a dois talões de dois olhos cada um, de onde surgirão quatro sarmentos que posteriormente serão podados a dois olhos cada, eliminando algum que se desenvolva para o interior da taça.
Poda de vara e talão
Neste tipo de poda deixa-se um talão (segmento com dois olhos, normalmente) e uma vara longa onde irão crescer os sarmentos frutíferos. Esta poda é importante para a fortificação e manutenção da planta, uma vez que contribui para uma frutificação abundante na vara e fornece outras varas vigorosas sem alterar o processo de desenvolvimento da planta.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O Sulfuroso (SO2) na Vinificação
Nos vinhos o SO2 apresenta inconvenientes de natureza organoléptica e toxicológica, mas os seus benefícios são ainda superiores aos inconvenientes e a sua utilização na vinificação é ainda determinante na conservação dos vinhos.
Assim o SO2 desempenha diversos papéis na vinificação;
- tem acção dissolvente, pois vai interagir com as partes solidas do cacho, originando maiores extracções, intensificando a maceração;
- tem acção antidiastásica, inibe e destroi algumas enzimas, como a tirosinase e a lacase;
- tem acção anti-séptica, extremamente importante, tem um alto poder anti-bacteriano e controla as leveduras indígenas;
- tem acção anti-oxidante, protegendo alguns constituíntes dos mostos e vinhos que são facilmente oxidáveis, como os polifenóis;
- tem acção anti-fermentativa, ou seja inibe que o mosto inicie a fermentação quando não é desejável, e inibe refermentações em vinhos que não estejam totalmente secos, inibe também a fermentação maloláctica quando esta é indesejável;
Doses de emprego
As doses de SO2 a aplicar dependem, essencialmente, do:
- estado sanitário da uva
- pH do mosto ou vinho
- nível de higiene da adega
- técnica de aplicação
Uvas sãs e pH baixo: 30 - 50 mg/L
Uvas sãs e pH elevado: 50 - 90 mg/L
Uvas em mau estado sanitário: 90 - 120 mg/L
Substancias alternativas ao SO2
Ácido sórbico - comporta-se como agente anti-microbiano e fungistático, nos vinhos incorpora-se através da utilização do Sorbato de Potássio, mais solúvel. A sua dose máxima recomendada é 280 mg/L, corresponde a 200 mg/L de ácido sórbico por litro de vinho. É usado essencialmente como conservante antes do engarrafamento como inibidor de refermentações em vinhos com açúcar residual.
Ácido ascórbico - usa-se nos mostos e vinhos como anti-oxidante, implica sempre a aplicação de SO2 embora em doses mais reduzidas cerca de 30 mg/L, inibindo assim oxidações indesejadas, a dose máxima corresponde a 250 mg/L.
Dicarbonato de dimetilo (DMDC) - é um anti-séptico que é eficaz contra as leveduras dos géneros Sacharomyces, Zygosacharomyces e Brettanomyces e também contra as bactérias Acetobacter, Pseudomonas e Lactobacillus. Deve ser utilizado juntamente com o SO2, em doses mais baixas, com eficácia idêntica. Tem a grande desvantagem de aumentar o metanol nos vinhos. A sua dose máxima de aplicação é 200 mg/L. Tem como objectivos estabilidade microbiológica de vinhos engarrafados, que tenham açúcar residual e evitar o desenvolvimento de leveduras indesejáveis e bactérias lácticas.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
A Nova Adega de Borba
A Adega de Borba está já a construir uma nova adega, que representa um investimento de cerca de 11,6 milhões de Euros. Uma área de 14 hectares irá acolher a nova adega de Borba, localizada a escassos 200 metros do edifício original, a ligação entre ambos os edifícios irá ser feita por túnel, que passará por baixo da linha de caminho de ferro. Prevê-se a indução de um significativo acréscimo da capacidade produtiva e de armazenamento da empresa, abrindo-lhe por isso novasperspectivas de expansão da sua actividade, nomeadamente na área da exportação, com reforço da presença nos 30 países onde os vinhos da adega já são hoje comercializados. A nova adega irá também aumentar a capacidade diária de processamento de uva de 700 para 1500 toneladas de uva.A nova adega vai permitir aumentar a produção num patamar superior de qualidade superior que corresponda às exigências de novos mercados internacionais.
Financiado maioritariamente por capitais próprios (apenas 40% será assegurado pelo ProDer – Programa de Desenvolvimento
Rural), o projecto da nova adega é assinado pelo arquitecto Rogério Cavaca e apresenta várias soluções inovadoras em termos ambientais, nomeadamente a adopção de uma cobertura verde para todo o edifício (green roof), o que permitirá uma importante vantagem energética e o aproveitamento em termos de enoturismo, graças à instalação de um espelho de água e de uma esplanada.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
CNVE 2010 - Medalhas Atribuidas

Prémio IVV - Quinta da Lapa Reserva Agrovia S.A. “Quinta da Lapa” Tinto 2008
Prestígio - Alicante Bouschet Esporão S.A. Tinto 2007
Prestígio - Casa Ermelinda Freitas – Aragones Casa Ermelinda Freitas Vinhos Lda Tinto 2008
Prestígio - Dalva Porto Vintage 2007 C da Silva Vinhos S.A Vinho Generoso 2007
Prestígio - Duorum - Vintage 2007 Duorum Vinhos S.A. Vinho Generoso 2007
Prestígio - Porto Messias 40 anos Sociedade Agricola e Com Vinhos Messias S.A. Vinho Generoso Prestígio - Quinta da Sapeira Ines Alexandra Leal Bernardino Tinto 2008
Prestígio - Quinta de S. Francisco Companhia Agricola do Sanguinhal Tinto 2007
Prestígio - Quinta do Couquinho Tinto DOC Grande Reserva Quinta do Couquinho de Maria Adelaide Melo e Trigo Tinto 2007
Prestígio - Quinta do Estanho Porto 30 Anos Quinta do Estanho Vinho Generoso 30
Prestígio T- erra Silvestre Agro-Batoreu Lda Tinto 2008
Prestígio - Venancio da Costa Lima – Moscatel Setúbal Reserva Venâncio da Costa Lima Sucrs Lda Vinho Generoso 2003
Ouro - Adega Favaios 1989 Adega de Favaios Vinho Generoso 1989
Ouro - Adega Pegões Aragonês Cooperativa Agricola Santo Isidro de Pegões CRL Tinto 2008
Ouro - Alfaraz Touriga Nacional Henrique J. Sancho Uva Tinto 2006
Ouro - Alvarinho Solar de Serrade S.A.V.A.M. Lda Branco 2009
Ouro - Aneto Branco Colheita Tardia Sobredos, Lda Branco 2007
Ouro - Aneto Tinto Grande Reserva Sobredos, Lda Tinto 2007
Ouro - Bacalhôa Moscatel Roxo Bacalhôa Vinhos de Portugal S.A. Vinho Generoso 1999
Ouro - Cadão Douro Superior Mateus & Sequeira Vinhos S.A. Tinto 2005
Ouro - Casa de Santar Reserva Sociedade Agricola de Santar Tinto 2006
Ouro - Casa de Sarmento Maria Gomes Branco Casa de Sarmento S.A. Branco 2009
Ouro - Casa Ferreirinha Callabriga Casa Ferreirinha Tinto 2007
Ouro - Casal da Coelheira Reserva Centro Agricola de Tramagal Tinto 2008
Ouro - Consensual Top Premium Tinto Antonio Caetano Sousa Faria Girão Tinto 2007
Ouro - Dalva Porto 20 Years Old C da Silva Vinhos S.A Vinho Generoso 20
Ouro - Dona Berta Reserva Tinto H. e F. Verdelho, Lda. Tinto 2006
Ouro - Duorum Reseva Vinhas Velhas 2007 Duorum Vinhos S.A. Tinto 2007
Ouro - Encosta do Xisto “Loureiro” Vasco Faria S.A. Branco 2009
Ouro - Enjeitado Encostas de Estremoz Sociedade Agricola Lda Tinto 2008
Ouro - Gouvyas Vinhas Velhas Bago de Touriga – Vinhos Lda Tinto 2006
Ouro - Herdade das Servas Reserva Serrano Mira Sociedade Vinicola S.A. Tinto 2006
Ouro - Herdade do Peso Colheita Sogrape Vinhos S.A. (Herdade do Peso) Tinto 2007
Ouro - Malmsey 10 anos Henriques & Henriques Vinhos S.A. Vinho Generoso 10
Ouro - Marquês dos Vales – Grace Touriga Nacional Quinta dos Vales S. A Tinto 2008
Ouro - Marquesa Cadaval Casa Cadaval Inv Agricolas S.A. Tinto 2007
Ouro - Mouras de Arraiolos Reserva Adega das Mouras de Arraiolos Lda Branco 2009
Ouro - Niepoort Vintage Pisca Niepoort (Vinhos) S.A. Vinho Licoroso 2007
Ouro - Parceria Berry's – Wine Services Lda Tinto 2008
Ouro - Passagem Reserva Quinta de Bandeiras Unipessoal Lda Tinto 2007
Ouro - Pedra Cancela João C. Gouveia Branco 2009
Ouro - Portas do Maranhão Fundação Abeu Callado Tinto 2008
Ouro - Porto Tawny 20 anos Jose Antonio da Fonseca Augusto Guedes Unipessoal Lda Vinho Generoso 20
Ouro - Quinta de Lubazim Grande Reserva Luis Joao de Noronha Pizarro de Castro Tinto 2007
Ouro - Quinta do Cerrado Reserva Uniao Comercial da Beira Lda Tinto 2006
Ouro - Quinta do Monte Alegre Fernando Santana Pereira Unipessoal Lda Tinto 2008
Ouro - Quinta do Perdigao Touriga Nacional Quinta do Perdigão Sociedade Unipessoal Lda Tinto 2006
Ouro - Quinta dos Carvalhais Alfrocheiro Sogrape Vinhos S.A. (Quinta dos Carvalhais) Tinto 2003
Ouro - Quinta dos Currais Reserva Quinta dos Currais Sociedade Agricola Lda Tinto 2004
Ouro - Robal Bruto Adega de Favaios Branco 2006
Ouro - Senses Syrah Adega Cooperativa de Borba Tinto 2008
Ouro - Solar dos Lobos Reserva Silveira & Outro Lda Tinto 2007
Ouro - Terra d/Alter Alicante Bouschet Terras de Alter Companhia de Vinhos Tinto 2008
Ouro - Terra d/Alter Reserva Terras de Alter Companhia de Vinhos Tinto 2009
Ouro - Torre do Frade Reserva Sociedade Agricola de Herdade de Torre de Curvo Lda Tinto 2006
Ouro - Três Bagos Lavradores de Feitoria Tinto 2007
Ouro - Trovisco António Manuel Tavares Menezes Barbosa Tinto 2003
Ouro - Varanda do Conde Provam Lda Branco 2009
Ouro - Vineaticu Quinta da Nespereira S.A. Tinto 2008
Ouro - Vinhas da Ira Henrique J. Sancho Uva Tinto 2006
Ouro - Vinhas Velhas Sociedade Agricola Quinta da Soque Tinto 2007
Ouro - Vinho Tinto Baga-Touriga Nacional Quinta do Ortigão Sociedade Agroturistica Lda Tinto 2008
Foram ainda atribuidas 116 medalhas de prata e 342 medalhas de merito.